sábado, dezembro 31, 2016

Versos Bilacaetanos

Náuseas póstumas de um pretérito nojo
Preterida a vida em seu sôfrego bojo
Sujos marujos dos quais fujo
Fugas sagazes em fumaças fugazes.

Ideias iníquas, inóquas, loucas
Não feias, porque vêm das veias
Do labor de quem labuta a luta
Vibra o esmeril com vibrante esmero.

Súcubas mãos, sibilas artes
Do ourives a ouvir estrelas
Ora, dirias, certo perdeste o senso
Esqueceste o lenço, os documentos.

Fusão sem graça, insólito non sense
A graça está no inocente
Quão puramente vibram as belas artes
Dos versos cabrais de melo soneto.

Vinícios vícios do fruto da videira
Matreira visão da vida inteira
Estranha força que vence a vida
Embriaga a morte e imortaliza.

Concepção ovular do espermatozoide
Nasce a ideia de um vão orgasmo
E, no mais sacro sarcasmo, brota
Um poema de letras univitelinas
De fraternas sílabas e frases idiotas.

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